sexta-feira, 4 de abril de 2014

Prepare-se! Caos na avenida das Torres ainda vai longe

Da Gazeta do Povo - 
Ao cair da noite, as luzes dos carros se estendem a per­­der de vista na Avenida Comendador Franco (das Torres), principal ligação entre Curitiba e São José dos Pinhais. Quem precisa pegar a via em horários de pico fatalmente fica preso em engarrafamentos intermináveis. O trânsito – que já era complicado – tem se arrastado com ainda mais lentidão em função de algumas etapas de obras de mobilidade para a Copa do Mundo, executadas desde a metade de 2012. Os outros dois pontos de acesso mais usados também não são boas alternativas. Ao que tudo indica, o cidadão só terá algum refresco após o fim das intervenções, previsto para o fim de maio. Até lá, haja paciência.
Ao longo da Avenida das Torres, os veículos trafegam em meio a cones, placas, desvios e máquinas. Para quem transita no sentido Curitiba, o principal ponto de transtorno tem sido as quadras que antecedem o portal de São José dos Pinhais, onde as obras interditam uma das três faixas. Os motoristas chegam a gastar 40 minutos para vencer poucos quarteirões. “Essas obras estão quebrando as pernas da gente”, resume o motorista de caminhão Natalício Bueno.
Ao longo do trajeto – e em ambos os sentidos – outros estreitamentos de pista, como os implantados na altura do Viaduto Estaiado, também têm provocado lentidão no fluxo de veículos da Avenida das Torres.
“Quando o trânsito está bom, demoro 45 minutos. Quando está ruim, gasto mais de duas horas. Antes, a demora era só no horário de pico. Agora, é o dia todo. Não tem o que fazer”, reclama a Priscyla Komochena, analista de negócios de uma empresa sediada em São José dos Pinhais.
Sem alternativas
O problema é que o corredor Marechal Floriano – principal alternativa à Avenida das Torres – também está em obras. Atualmente, as equipes trabalham em intervenções principalmente em trincheiras e em viadutos, o que provoca um impacto profundo no trânsito. Por isso, o engarrafamento atravanca a maior parte dos cerca de 20 quilômetros, entre São José dos Pinhais e Curitiba.
A outra opção é o caminho pela BR-277, em um trecho de cerca de 20 quilômetros. O entrave é que o fluxo ali também está saturado, principalmente pelo grande movimento de caminhões. Mesmo o mínimo acidente – como as corriqueiras colisões traseiras – pode gerar congestionamentos gigantescos. “Escolher o caminho é uma loteria. Mas por onde a gente for, tem trânsito trancado. Está cada dia pior”, avalia Júlio José Francisco, agente de cargas, que trabalha no Aeroporto Afonso Pena.
Responsáveis por lotes de obras nos corredores Aero­porto/Rodoferroviária (que compreende a Avenida das Torres) e Marechal Floriano, a prefeitura de Curitiba e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) preveem que as intervenções sejam concluídas até o dia 31 de maio. Neste meio tempo, o cidadão terá de conviver com os congestionamentos.
O diretor-técnico da Comec, Sandro Setim, disse que as empresas responsáveis pelas obras elaboraram um “plano de ataque”, com vistas a minimizar o impacto ao tráfego durante a execução dos trabalhos. Apesar disso, ele reconhece que tem sido difícil evitar os engarrafamentos. “Nos horários de pico, não há plano de ataque que consiga ser eficiente e dar vazão a todo fluxo de veículos”, disse.
Segundo o Portal da Trans­parência, apenas 40% das obras sob responsabilidade da Comec foram executadas. Apesar disso, Setim acredita que os trabalhos serão concluídos dentro da previsão. “Estamos acompanhando e cobrando as empresas”, afirmou. Nos lotes sob responsabilidade da prefeitura de Curitiba, os porcentuais de conclusão oscilam entre 66% e 73%.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran) ressaltou que as intervenções, assim que concluídas, trarão maior fluidez ao tráfego entre Curitiba e São José dos Pinhais. Mas, no período de execução, o usuário terá que entender os contratempos gerados pelas obras. A Setran acrescentou que o tráfego BR-277 tem fluído melhor, mas a pasta não tem como garantir que esta seria a melhor opção.
Enquanto isso, os usuários consideram que estão “pagando o pato” pelo atraso no cronograma. A analista de negócios Priscyla Komochena diz que nem mesmo aplicativos que monitoram o tráfego em tempo real, como o Waze, tem sido capazes de evitar dissabores no trânsito. “Na empresa em que eu trabalho, cinco pessoas já disseram pensar em trocar de emprego, porque não aguentam mais perder tempo ao volante”, diz.
O agente de cargas Júlio José Francisco duvida que as empresas vão dar conta de concluir as obras em tempo. Resignado, ele aumenta o som instalado no Fiat Uno vermelho, para aguentar os minutos parados no tráfego. “É um problema sem solução. O jeito é relaxar”, lamenta

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